Posso-te pôr no meu bolso?

Cada vez tenho mais a certeza que as pessoas são uma caixinha de surpresas. Olhamos para elas, são todas iguais, mas começamos a conhecer melhor… e muda tudo. Deixam de ser iguais a todas as outras e passam a ser totalmente diferentes, porque passam a ser parte de nós.
É raro, mas acontece. Acontece descobrirmos alguém que parece a nossa fotocópia. Que quando fala parece que nos estamos a ouvir a nós próprios, que tem os mesmos princípios, sonhos muito parecidos e experiências de vida semelhantes à nossa. Alguém que tem a mesma forma de pensar e acima de tudo com quem nos conseguimos abrir com uma facilidade tremenda.
Alguém que sabe muito bem quando deve dizer alguma coisa mas que tem plena consciência daquilo que o silêncio tem de bonito. Alguém com quem queremos partilhar tudo, até mesmo aquilo que não partilhamos com mais ninguém!
As conversas são tão densas, tão ricas, que parece que nos conhecemos há anos, que já nos sabemos de cor. Vemo-nos de forma diferente da que o mundo nos vê a nós, vemo-nos como se víssemos a nós próprios num espelho.
Às vezes dá vontade de trazermos no bolso alguém assim, alguém com quem partilhar toda a nossa vida!