maio 23, 2008

A liberdade de ser criança

Na verdade não sei o que vim cá fazer. Mas isto também acontece-me muitas vezes, já estou habituada...
Deu-me agora uma "coisa". E senti vontade de partilhar. Mas não sei bem como partilhar, por isso é que estou para aqui a engonhar.
A verdade é que ultimamente tenho reparado como é bom ser criança. E não porque tenha andado aí atrás das crianças para as observar, mas porque me sinto uma criança autêntica.
É que às vezes tenho a sensação de que as crianças são as únicas pessoas que são realmente do Mundo. Porque os "grandes" estão sempre fechados em si mesmos, nas relações fortes e consolidadas que têm com o seu grupo restrito de amigos e com o namorado(a) que têm há anos...
E as crianças... são tão simples. Isto é, eu não estou a dizer que ter relações fortes e consolidadas com os amigos e manter relações consistentes é mau!
Mas... e as crianças? Elas abrem-se, elas não se fecham! Elas são profundamente livres! São tão bonitos os namoros de escola primária. São namorados porque sim, porque gostam os dois das mesmas brincadeiras... mas mais tarde a menina encontra outro menino que também a cativa, e passa a namorar com ele. E o primeiro não fica minimamente chateado! Vai brincar e vai sorrir para o resto do Mundo.
Ok, eu estou a fazer uma salgalhada com isto. Mais parece uma novela infanto-juvenil no Mundo das maravilhas. Não estou a ressaltar a bonita atitude da rapariga que deixa o rapaz indefeso abandonado ao Mundo e vai para outro!
Oh, vocês estão a perceber. As crianças são do Mundo! Cativam este e aquele, mas continuam irremediavelmente a pertencer ao Mundo, porque são profundamente livres!
Acho que a expressão "crescer depressa demais" exprime isto. Uma criança que cresce depressa demais é uma criança que deixa de ser do Mundo de um momento para o outro. É uma criança que começa, como os "grandes", a fechar-se em si mesma, porque aprende na pele a dureza da vida depressa demais... aprende as coisas "complicadas" dos grandes, e torna-se como eles.
Mas há outro crescer tão mais maravilhoso... aquele crescer do coração, que nos faz amadurecer e ao mesmo tempo continuar com coração de criança!
E às vezes sinto tanto isso. Sinto que tenho uma criança viva dentro de mim, quando me sinto livre!
E é tão bom. É bom quando somos do Mundo, porque aí a vida passa a valer a pena...

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