Despedidas.

Ouve-se o tiro de partida. Começa a corrida dos abraços, das lágrimas que surpreendentemente caem à nossa frente.
Parecem irreais. Eu vou só ali e já venho, amanhã já te vejo e já me vais chamar parva outra vez, como sempre.
Não é que eu seja assim tão de pedra. O adeus é que é demasiado irreal para sequer pensarmos nele. Vou andar de avião e aterrar noutro sítio, e depois? Vou-te ver todos os dias e pensar em ti quando olhar para os quilos de fotografias que vou levar no meio das camisolas de Inverno.
Nunca pensei que a sensação fosse esta. Imaginava uma música melancólica de fundo, o coração a tremer todo, como nos filmes. Afinal é só um "amanhã já nos vemos, porque tens os olhos molhados?".
É estranha, irreal, como se não existisse.

É um Até já, não é?
Não é?