Ando nostálgica.
Acho que há algo curioso na nostalgia: ela é demasiado emotiva para ter dois dedos de testa. Como se não fosse capaz de discernir que a saudade que sente não faz sentido - basta pensar um bocadinho para perceber que o passado "querido" foi em tempos um presente doloroso, custoso. Ainda assim, ela teima em gritar dentro do peito.
Deve ser a necessidade de sentir tudo excessivamente - afinal, "todas as coisas são, em verdade, excessivas". Mesmo que o excessivo seja muitas vezes excessivamente mau.
E o mau também é muito curioso: na maioria das vezes, tem em si um grande bem - nós é que estamos demasiado preocupados com o "pacote" para o conseguir desvendar.
Mais tarde, sim. À distância percebemos o bom que tivemos e não fomos capazes de ver com clareza. E o coração aperta quando sente que acabou. Que não vão haver mais pequenos nadas que eram, para nós, tudo. Naquele contexto, que já não existe (para nós não existe).
As vivências que se impregnam num pedaço de tecido e o tornam cada vez mais nosso. De repente, deixaram de traçar um caminho, e são comidas pelo pó do armário onde foram enterradas.
Segredos, almas que não se esquecem, que hão-de estar sempre escondidas numa floresta muito nossa. Coisas que as palavras gastas não explicam, mas vinte e cinco olhares percebem.
Hoje a nostalgia chegou. E algo me diz que tão cedo não vai embora.
Acho que há algo curioso na nostalgia: ela é demasiado emotiva para ter dois dedos de testa. Como se não fosse capaz de discernir que a saudade que sente não faz sentido - basta pensar um bocadinho para perceber que o passado "querido" foi em tempos um presente doloroso, custoso. Ainda assim, ela teima em gritar dentro do peito.
Deve ser a necessidade de sentir tudo excessivamente - afinal, "todas as coisas são, em verdade, excessivas". Mesmo que o excessivo seja muitas vezes excessivamente mau.
E o mau também é muito curioso: na maioria das vezes, tem em si um grande bem - nós é que estamos demasiado preocupados com o "pacote" para o conseguir desvendar.
Mais tarde, sim. À distância percebemos o bom que tivemos e não fomos capazes de ver com clareza. E o coração aperta quando sente que acabou. Que não vão haver mais pequenos nadas que eram, para nós, tudo. Naquele contexto, que já não existe (para nós não existe).
As vivências que se impregnam num pedaço de tecido e o tornam cada vez mais nosso. De repente, deixaram de traçar um caminho, e são comidas pelo pó do armário onde foram enterradas.
Segredos, almas que não se esquecem, que hão-de estar sempre escondidas numa floresta muito nossa. Coisas que as palavras gastas não explicam, mas vinte e cinco olhares percebem.
Hoje a nostalgia chegou. E algo me diz que tão cedo não vai embora.
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