março 11, 2012

Mundos

Lentamente, embrenhamo-nos no mundo. Pensar que não nos pertencemos só a nós traz-me um medo indescritível. Parece que o mundo se intromete no mundo que criámos só para sermos, sem interferências. Os sorrisos orgulhosos coexistem com os curiosos, os que comentam e os que se limitam a atirar-se ao chão. E nós vemo-los passar, a sorrir sempre, a comentar sempre. Mas há sempre um mundo só nosso. Aquele onde os olhos se fecham e, ainda assim, nos vemos nítidos. Aquele onde o cansaço não é maior que a vontade de nos entregarmos.

Inverto os papéis, e tento escrever a mim mesma – “Tira do chão os colchões que estendeste para amparar a queda e aproveita o sabor do salto, da queda livre”. Mas o medo de sermos do mundo é pesado, porque sermos do mundo torna-nos reais.

É muito mais que ilusão de carnaval.

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