outubro 24, 2007

Um Mundo ao Contrário...

É pá... no meio do estudo, dos livros de História, de reis absolutistas e nobrezas mercantilizadas, apeteceu-me falar de coisas importantes.
Apeteceu-me falar de Deus. Parte em que vocês pensam: e desde quando é que divagar sobre Deus, que nunca viste sequer, é mais importante do que o teste que vais amanhã e cuja nota vai pesar na tua nota do final de período? E a minha resposta: não sei desde quando, mas ainda bem que neste momento o é.
Estava-me a lembrar... no outro dia na catequese estivemos a relembrar os nove anos que já passámos lá... vimos as nossas caras pequerruchas nas fotografias e os trabalhos que fizemos com 7, 8 anos... Houve um que me chamou à atenção. Questionava-nos "quando tínhamos fé em Deus". Ora, o que é que queriam que uma criança de 7 anos respondesse? A maioria disse que tinha fé em Deus quando tinha um teste e queria muito tirar boa nota. Houve uma que disse: "quando o meu cão estava doente eu tive fé, mas ele morreu".
Na altura descasquei-me a rir com o absurdo da afirmação... "é uma criança", disse a mim própria.
Mas depois estive a pensar... e reparei o quanto adulta aquela afirmação era. Reparei que aquela afirmação de miúda de 7 anos resume as "crenças" de tantos e tantos adultos que se dizem Cristãos. E senti-me triste...
Porque aquilo resume uma crença não em Jesus Cristo mas num ídolo que nada tem de boa notícia! Um ídolo que nos permite acomodarmo-nos no nosso medo de mudar, porque "Ele há-de resolver tudo", um ídolo omnipotente que substitui tudo aquilo que não podemos, aquilo que as nossas limitações humanas não nos deixam alcançar.

Reparei que este é o ídolo que aprendemos a adorar, não porque quem nos ensinou tenha culpa mas porque também aprendeu o mesmo daqueles que lhe ensinaram… reparei que é um ídolo que vai passando de geração em geração e que tantos aceitam porque dá jeito, mas que não nos faz feliz, porque não nos ama…

É triste. É triste que tantos deixem que o ídolo substitua o amor dádiva que é Deus, é triste que não reparem na revolução que Ele pode causar na nossa vida se estivermos realmente disponíveis. É triste que não sintam a sensação de liberdade que nos vem quando Ele faz eco na nossa vida. É triste que não percebam que Ele é divino porque é verdadeiramente humano e que o ponham em grandes altares celestes, com vestes caras e sorriso altivo numa lógica que é de tudo menos de amor…

É triste que não percebam que Ele pode derrotar os nossos próprios impossíveis, se não ficarmos de braços cruzados à espera que o faça sozinho…

Mas sabem o que é que é muito bom? É eu poder partilhar com vocês o Deus que eu vou tentando conhecer cada vez melhor, aquele Deus que me mostra todos os dias um mundo ao contrário, mas um mundo que me faz profundamente feliz.

4 comentários:

Anônimo disse...

Sem palavras... Mas taum certo ! *

Vilma disse...

Ines: agradeço a tua visita ao meu blogue.
Vim cuscar-te .. hehehehe .. e gostei do que li.
O desejo de quereres conhecer e relacionar-te com Deus assim de forma tão pessoal e intima, é aquilo que Ele com certeza mais deseja.
Ele está sempre perto de todo aquele que O busca de coração.
E vejo em ti isso!
Que continues assim, na tua busca insaciável por Ele.
Ele nunca te decepcionará! ;)
Beijos.

PetraC disse...

Concordo contigo. :'O

eheh, tás a dar a mesma matéria que eu...
absolutismo, sociedade de ordens, mercantilismo...blá blá blá! --'

António Valério,sj disse...

Olá! Vim hoje pela primeira vez visitar o teu Blog... gostei mesmo muito,parabéns! Tens um modo mesmo fresco de falar, de coisas que se vivem simples, mas com uma profundidade enorme. Beijinho Antonio