Hoje as ruas estavam cheias de carros. O cemitério estava movimentado como em nenhum outro dia do ano. Parece que amanhã é dia dos fiéis defuntos e costuma-se aproveitar o facto de ser dia santo para relembrar pessoas queridas que já não estão entre nós.
Não fui diferente. Fui visitar os meus bisavós, que já não estão por cá... e quando estava a olhar para a campa fria e simples, relembrei...
Sempre me disseram isto, em todos os dias 1 de Novembro. Sempre referiram o Dia de Todos os Santos como "o dia da avó Nandinha". Diziam sempre: "hoje é como se fosse o dia dela!".
Não me lembro muito bem dela. Tenho umas imagens, assim como que pouco ordenadas. Lembro-me do seu sorriso. Estava sempre a sorrir. Trazia-nos sempre coisas boas para o lanche, lembro-me dos bolicaos e dos croissants quentinhos. É estranho que só me lembre disto, não é? Do tempo que ela fez parte da minha vida lembro-me da comida que trazia. Mas sabem? Não se trata só de comida. Trata-se do amor que vinha acompanhado com os lanchinhos, o olhar enternecido que nos lançava quando nos via nas correrias, nas brincadeiras. Tenho uma fotografia em que estou abraçada a ela e estou com um sorriso daqueles bem grandes na cara. Vê-se ternura ali...
Quando ela partiu eu devia ter uns seis ou sete anos. Desse dia lembro-me muito bem. Tentaram disfarçar, mas eu percebi muito bem que estava alguma coisa a passar-se. O meu pai explicou-me com todo o cuidado o que se tinha passado, para eu não ficar muito triste. Acho que não fiquei. Afinal, ela já não estava connosco fisicamente mas ia viver sempre no meu coração. E isso chegava bem para mim. Já não ia haver os "lanchinhos", mas a ternura ia ficar. Era isso o mais importante.
Às vezes a minha mãe diz-me que eu lhe herdei o cheiro. Diz-me que eu cheiro a avó Nandinha. Sabem, aquele perfume tão característico de cada pessoa, aquele que não vem em frasquinhos!
Eu não sei se é assim, não lhe memorizei o cheiro, não tive tempo para isso e se calhar nem atenção suficiente.
Mas sinto-me muito bem quando ouço isso. Tenho a sensação a ternura dela ficou mesmo gravada em mim...
Hoje percebo porque é que lhe chamam santa. Não sei se fez coisas extraordinárias ou se foi uma grande mártir, mas a ternura basta-me. O amor basta-me. E quem vive por amor está sem dúvida a divinizar-se!
Não fui diferente. Fui visitar os meus bisavós, que já não estão por cá... e quando estava a olhar para a campa fria e simples, relembrei...
Sempre me disseram isto, em todos os dias 1 de Novembro. Sempre referiram o Dia de Todos os Santos como "o dia da avó Nandinha". Diziam sempre: "hoje é como se fosse o dia dela!".
Não me lembro muito bem dela. Tenho umas imagens, assim como que pouco ordenadas. Lembro-me do seu sorriso. Estava sempre a sorrir. Trazia-nos sempre coisas boas para o lanche, lembro-me dos bolicaos e dos croissants quentinhos. É estranho que só me lembre disto, não é? Do tempo que ela fez parte da minha vida lembro-me da comida que trazia. Mas sabem? Não se trata só de comida. Trata-se do amor que vinha acompanhado com os lanchinhos, o olhar enternecido que nos lançava quando nos via nas correrias, nas brincadeiras. Tenho uma fotografia em que estou abraçada a ela e estou com um sorriso daqueles bem grandes na cara. Vê-se ternura ali...
Quando ela partiu eu devia ter uns seis ou sete anos. Desse dia lembro-me muito bem. Tentaram disfarçar, mas eu percebi muito bem que estava alguma coisa a passar-se. O meu pai explicou-me com todo o cuidado o que se tinha passado, para eu não ficar muito triste. Acho que não fiquei. Afinal, ela já não estava connosco fisicamente mas ia viver sempre no meu coração. E isso chegava bem para mim. Já não ia haver os "lanchinhos", mas a ternura ia ficar. Era isso o mais importante.
Às vezes a minha mãe diz-me que eu lhe herdei o cheiro. Diz-me que eu cheiro a avó Nandinha. Sabem, aquele perfume tão característico de cada pessoa, aquele que não vem em frasquinhos!
Eu não sei se é assim, não lhe memorizei o cheiro, não tive tempo para isso e se calhar nem atenção suficiente.
Mas sinto-me muito bem quando ouço isso. Tenho a sensação a ternura dela ficou mesmo gravada em mim...
Hoje percebo porque é que lhe chamam santa. Não sei se fez coisas extraordinárias ou se foi uma grande mártir, mas a ternura basta-me. O amor basta-me. E quem vive por amor está sem dúvida a divinizar-se!
4 comentários:
Bonito ! muito bonito ! *
continua a passar que gostei da tua visita!
baccio
Nao sabes parar de escrever tao bem ? Li tudo , li todos. Que queres que diga mais qd ja dizes tudo ?
sei dizer que te amo e que sem ti , nao era NADA !
JESUS!!!!!
O Rui não tem hipóteses, quem escreve assim não é maneta!!(era pra ser quem fala assim não é gago, mas como foi escrito...lol)
Que partilha tão bonita...
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