Jingle Bells, Jingle Bells...

Sei que já não escrevo há algum tempo. Foi falta de tempo e falta de net! Mas agora que já acabaram os testes de que falava no último post, posso escrever à vontade.
Bem, tenho andado a pensar no Natal. Não sei porquê, mas acho que ainda não entrei no espírito natalício... Sabem, aquela magia toda que costuma haver nesta altura! Ainda não a senti. Se calhar ainda estou demasiado agarrada ao Verão, às férias fantásticas que tive este ano com os meus amigos, se calhar o 1º Período ainda não está arrumado na minha cabeça. Se calhar ainda não caí em mim, e ainda não estou preparada para Pais Natais a subir pelas varandas e luzinhas a piscar nas janelas.
Sim, já fiz a árvore de Natal aqui em casa, já fiz o presépio, mas acho que ainda não passaram de meras decorações para mim…
No outro dia estava com um grupo de amigos a falar destas coisas. Do significado do presépio, das decorações de Natal e da própria época natalícia e de tudo o que se gerou à sua volta.
Não imaginam a pena que sinto ao dizer isto, mas acho que o Natal está aos poucos a perder o seu significado. Não interpretem mal o que estou a dizer! O Natal para mim sempre foi das épocas mais bonitas do ano, senão a mais bonita! Sempre houve aquela magia, aquela calma no ar que em mais nenhuma altura do ano se sente!
Mas continuo a dizer, está tudo a perder o seu significado! O supérfluo está a substituir o profundo, a aparência está a substituir a essência!
Sei que é um tema muito “batido”, mas não imaginam como me entristece tudo isto. Entristece-me que o Natal seja “a festa em que recebemos mais presentes”, a par com o dia do nosso aniversário (com o pormenor de que no Natal abundam as meias de lã e as cuecas com bonequinhos). Entristece-me que seja só iluminações, pais natais gordinhos e renas de nariz vermelho.
Mas o que me entristece mais é ver ditos “cristãos” perdidos no meio das luzes coloridas e dos pais natais gordinhos, esquecendo-se do que é realmente o Natal. Esquecem-se que é mais do que a festa dos presentes, principalmente porque ainda não repararam que a ideia não é celebrar o aniversário do menino Jesus.
A ideia é deixarmos que Ele nasça em NÓS! Não no presépio que pusemos em cima do móvel porque até fica bonito. Não na gruta pobrezinha e a levar com o bafo da vaca e do burro. Não com o seu ar angelical, que nos dá muita tranquilidade. A ideia é que Ele nasça em NÓS, cá dentro, em cada pessoa! Pondo-nos nas mãos desafios dos complicados, pondo-nos em causa, desinstalando-nos!
Eu estou para aqui a falar… mas sinto tantas vezes que ando demasiado perdida no supérfluo, nos presentes que vou receber e nos docinhos que vou comer! Tantas vezes me sinto uma cristã desnaturada, às vezes mesmo uma cegueta completa! Quantas vezes tenho a tentação de O deixar quietinho no presépio e de o pôr de parte da minha própria vida!
Sinto-me triste comigo própria nessas alturas. Sinto-me triste quando passa um Natal e sinto que não o vivi, que para mim foi uma completa fantochada! E acontece-me tantas vezes…
Por isso, este ano decidi não falar muito dos outros. Às vezes sinto que falo mais do que faço! Sinto que critico mas acabo por não fazer muito melhor!
Olhem, este Natal tenho um objectivo muito simples, mas que para mim implica muita coisa. Se calhar é pouco… talvez para o próximo ano já possa arriscar mais um bocadinho!
Este ano, o meu objectivo é chegar ao fim do Natal com algum caminho feito. É chegar ao fim e não ter a tentação de pensar: “este Natal correu bem! Recebi um mp3, dois livros, três camisolas e umas pantufas”. E ficar por aí.
Este Natal quero ir um pouco mais além disso. Quero acima de tudo levar uns quantos presentes gravados no coração, mas daqueles sem preço marcado na etiqueta! Daqueles que não se gastam nem perdem as pilhas! Quero presentear-me com muitos sorrisos!
É isto que quero para este Natal… parece fácil? Se calhar para vocês é, para mim vai ser um trabalho árduo!
Pode ser que no Ano Novo haja boas notícias… assim espero! Sim, tenho Esperança… daquela que me faz descruzar os braços e ir à luta!
Bem, desejem-me sorte. Aliás, não desejem! A sorte não é para aqui chamada. Dêem-me antes força, para que mesmo que não haja muita sorte, a Esperança prevaleça!


E vocês? Qual é o vosso objectivo para este Natal?