janeiro 14, 2008


Às vezes a nossa vida está tão reduzida ao superficial que temos a sensação de que tudo o que fazemos não faz sentido algum. Nessas alturas, percebemos o quanto estamos dependentes dos outros em cada passo que damos e em cada gesto que fazemos.
É quando reparamos que nada depende de nós e que nos vamos tornando meras marionetas nas mãos dos outros que percebemos que já nada faz sentido. E é esta a sensação pior que podemos ter. A de que a nossa vida não tem sentido e de que já não somos intervenientes na nossa própria história.
É horrível quando as pessoas que amamos estão nesta situação. Vemos a sua alegria de viver, aquela que já testemunhámos tantas vezes, ir por água abaixo por motivos que nem sequer deviam ter significado… sentimo-las presas aos outros mas acima de tudo presas a si mesmas, e notamos que não estamos a conseguir mudar nada.
E é uma sensação de impotência enorme. Queremos ajudar mas não temos como! Revolve-nos as entranhas ouvi-las dizer “odeio a minha vida”, “não faço nada de jeito”, quando temos a certeza absoluta de que estão completamente erradas. Porque a sua vida é também a nossa! Porque é uma parte de nós que morre quando ouve isso.
Sabemos que um “eu estou aqui” ou um “eu gosto de ti” não chega, e isso custa-nos imenso. Sabemos que é só uma fase e que se vai ultrapassar rápido mas o tempo parece andar a passo de caracol. Queremos que chegue a altura, queremos o dia em que tudo se vai resolver e vai voltar ao que era. Mas demora. E custa.
O mais engraçado? É que no meio disto tudo damo-nos conta o quanto as amamos. E o quanto somos felizes ao seu lado.



(Se calhar não vão perceber nada, mas foi um desabafo. Desculpem.)

2 comentários:

Anônimo disse...

Quem ama compreende.

Miguel disse...

Achei curioso a tua descrição de perfil ser igual á minha :) lol

felicidades

MP.