junho 24, 2008

Um ano depois, obrigada!

Um dia deram-me uma prenda.
Nunca dei muita importância a prendas, para ser sincera. O meu aniversário sempre foi especial porque era o dia de estar com as pessoas mais importantes da minha vida. Sempre foi o dia dos sorrisos e dos abraços, das mensagens bonitas, dos “gosto de ti” gratuitos.
Há um ano foi diferente. Deram-me uma prenda muito bonita, que guardo como uma relíquia na estante. Está lá sempre, e muitas vezes olho-a, e sorrio.
Hoje saiu da estante. Hoje peguei, abri, foi direitinha para o DVD e eu direitinha para o sofá.
Que prenda. Qual prenda? Aquilo foi amor puro, amizade pura. O trabalho que deu… nunca me deram prenda tão especial, nunca dei prenda tão especial, nunca vi darem prenda tão especial.
Devem estar a pensar: “puuuf, um DVD. Que giro! Toda a gente faz vídeos agora, que é que tem de especial?!”.
É verdade, mas aquele foi diferente. Um DVD com tudo, repito, TUDO o que é a minha vida.
Começava com uma ecografia. Uma fotografia de recém-nascida, depois. A infância. Os sorrisos dos primeiros meses, a traquinice de criança.
Depois? Tudo. A mensagem da mãe, a mensagem do pai. “Os defeitos e virtudes da nossa filha”. Pois é, só diziam defeitos, que as virtudes são mais difíceis de admitir. As fotografias das amigas, as mensagens das amigas, dos avós, dos tios, do irmão.
Depois a surpresa das surpresas. A quantidade de vídeos, de mensagens que foram arranjar. Ainda hoje não vi uns quantos que se perderam. Percebi, só mais tarde, que tinham falado com a educadora de infância, a professora primária, a directora de turma do nono, a professora especial do nono.
Fotografias e mais fotografias deste e daquele momento. Fotografias que eu não conhecia, momentos que conhecia tão bem. Agora, um ano depois, percebo como ainda cá estão todos. Um ou outro perderam-se, mas os importantes, os amigos a sério ainda o são e ainda vão ser.
Aquelas amigas. Já falei das mensagens delas, não já? Não, só referi, não dei importância. Ainda hoje me arrepiam. A verdade que puseram ali, as coisas que só se dizem fora do alcance do olhar e de outros à volta. É lamechas? Talvez, para mim foi verdadeiro.
Os vídeos, as fotografias mais palermas da minha vida. Antes envergonhava-me delas, agora são nossas. O “Como um Macaco gosta de Banana” do grande José Cid, as pseudo-imitações do professor de Geografia.
E aquele momento? A sala de casa cheia de amigos bem apertados, sentados no chão, no sofá, nas cadeiras, de pé. Naquele dia, foi demasiado pequena para tantos amigos.
Não, não foi. Não foi, couberam todos, cabem sempre. À minha volta vi emoção, lágrimas, sorrisos verdadeiros.
Eu não chorei. Nunca choro, é feitio ou defeito. Mas só Ele sabe como estava. O frio no estômago, o coração apertado, o sorriso instantâneo.
No fim, os abraços, os agradecimentos, o simples “Eu tenho as melhores amigas do Mundo”.
E tenho. Tenho sempre. E vou ter sempre.
Foi bom, foi muito bom recordar a felicidade dos 16 anos. Agora vêm os 17. Não sei se em boa altura, mas vêm.
Vai perdendo a magia, se calhar.
Ou então não. Ou então fica sempre, porque ficam sempre os amigos. Talvez apareçam mais a cada ano. Talvez tenham aparecido mesmo, e muito bons.
Não me apetecia fazer anos. Agora? Agora não sei. Sei que, apesar de tudo, sou feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sorri ao ler isto ! Juro que sim !
É bonito x)