É impressionante. Quando achamos que Deus já não nos pode surpreender, que já lhe sabemos as qualidades todas, que tudo o que vier é só para acrescentar e enriquecer, Ele chega e muda tudo.
“Muda tudo”. Não são duas palavras que ficam bem juntas, apenas para dizer que muda o ponto de vista que temos sobre as coisas. Não, não. Muda mesmo! Assim como se ele nos dissesse: “Olha, tu estás um bocadinho enganada sobre mim. Eu não caibo na palma da tua mão, e se me queres conhecer tens mesmo que fazer por isso. É! Já sabes que eu sou Amor, e que sou bom, e paciente, e que quero a tua felicidade… e isso até é o essencial! Mas se quiseres vais descobrir que sou muito mais do que essas palavras que arranjas para me descrever. Sou o Deus da história de muitos, bem mais do que julgas. Sou o Deus do meu Povo, e ele não começou agora que nasceste para mim. Nem tão pouco com Jesus. Jesus foi o ponto máximo de um caminho muito longo, nem sempre perfeito mas muito válido…”.
Bem, para explicar melhor, voltei há pouco do fim-de-semana JR (Jovens Redentoristas). Foi um fim-de-semana de formação intensiva e intensa sobre o Antigo Testamento.
Eu já tinha arrumado há muito com o Antigo Testamento. Era um problema com o qual eu não me defrontava, pura e simplesmente, porque achava-o muito imperfeito. Imperfeito e complicado, diga-se de passagem. Deixemo-nos de tretas, ler e perceber um texto com mais de 3000 anos não é fácil. Mas dificuldades à parte, eu achava que tudo o que estava antes de Jesus não interessava para a minha vida. Sem uma referência, os homens procuravam um Deus que na verdade não conheciam, e que por isso faziam à sua imagem e semelhança. Tudo bem que tinha muita simbologia, tudo bem que não era para levar à letra, mas tudo tem limites! Eu lembro-me bem de ler aquela passagem no capítulo 22 dos Génesis, em que Deus diz a Abraão que ofereça o seu filho em sacrifício para o tentar… na altura fiquei escandalizada! Então um Deus-Relação pede a um pai que mate o filho em Seu nome? Em nome do Amor?
Aquilo mexeu muito comigo. E ontem um rapaz sábio (AH AH, que graça, Inês) de nome Gustavo explicou-me melhor essa passagem e fiquei mais descansada. Mas continuando. Essa passagem e outras faziam-me muita confusão. Poucas vezes reconheci no Antigo Testamento o Deus de Jesus, a não ser em alguns profetas, que eu via como uns grandes OVNIS.
E portanto Jesus era o inesperado dos inesperados, que veio mudar tudo, ao ponto de mostrar que o Deus Antigo, o dos sacrifícios e dos castigos, não existia.
Alerta salgalhada!
Isso. Era uma verdadeira salgalhada na minha cabeça. Ou melhor ainda, era tudo demasiado arrumadinho. Antigo Testamento, arruma! Séculos tardios, arruma! Viva Jesus e as comunidades cristãs!
E era uma festa.
Bem. Neste fim-de-semana senti outra vez aquilo de me abanarem a cabecinha com vigor, eu andar para aqui aos trambolhões e aterrar numa Boa Notícia maravilhosa: a de que Deus é MUITO fiel. E apesar de o experimentarmos há uns quantos milénios, não é velho. A palavra pode gastar-se, mas a Palavra é SEMPRE nova. O Deus da Aliança, da libertação de um povo de escravos, é o mesmo de Jesus, não é diferente! Porque – surpreendentemente – eles já o experimentavam assim, libertador, paternal, ternurento… desde que Ele começou a acontecer nas suas vidas.
E isso não tira importância a Jesus. Pelo contrário. Ele torna-se ainda mais humano! O que Ele era, foi resultado de algo que Ele descobriu através da sua educação, do seu crescimento. Não foi algo que inventou. Mas cresceu como ninguém, e chegou até onde ninguém tinha chegado. Ao ponto de viver sem ir na onda da serpente, do pecado. O que Ele ensinou, não o inventou. Mas sem dúvida que o re-inventou. Porque o viveu, e de falar a viver vai um enormesco passo.
Não é bonito isto? Um miúdo que nasceu, cresceu, aprendeu como os outros miúdos todos que existia um Deus que era profundamente libertador e absolutamente fiel, e que se apaixonou a tal ponto por esse Deus ao ponto de lhe chamar Abbá, Papá. Que se sentiu eleito por este Deus e que o quis levar a todos! À Humanidade inteira! E que experimentou na pele que os rejeitados, os encurvados, os mal-queridos da sociedade eram os que se abriam mais facilmente ao Deus-Doação que ele anunciava! Que os que se diziam “de Deus” eram os que se fechavam mais facilmente àquela grande aventura que tanto o apaixonava.
Caraças, não sejamos panisgas. Não é bonito, é ESPECTACULAR!
Eu fiquei de-li-ci-a-da.
“Jesus era um homem normal! Aposto que fazia xixi nos arbustos e que a mãe o chateava porque ele fazia asneiras de vez em quando.”
Caraças, era normal! E fazia xixi, sim! Vamos celebrar o facto de ele fazer xixi?
Bem, isso já é demasiado estúpido.
Mas deixem-me só acabar, eu juro que também sei não ser parva de vez em quando.
“Às vezes esquecemo-nos que, quando dizemos mal do tal ‘Deus do Antigo Testamento’, estamos a dizer mal do Deus de Jesus!”
Esta frase, que li antes de o encontro começar, deixou-me os olhos em bico. “Mas quê?! Não é diferente?!”
E pronto. Percebi. Percebi, e estou FELIZ!
Acho que o posso dizer antes assim:
YYYUUUUUUPPPPPPPPPPPPPPPPPPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
‘Tão a entender?
Exacto, é isso.
“Muda tudo”. Não são duas palavras que ficam bem juntas, apenas para dizer que muda o ponto de vista que temos sobre as coisas. Não, não. Muda mesmo! Assim como se ele nos dissesse: “Olha, tu estás um bocadinho enganada sobre mim. Eu não caibo na palma da tua mão, e se me queres conhecer tens mesmo que fazer por isso. É! Já sabes que eu sou Amor, e que sou bom, e paciente, e que quero a tua felicidade… e isso até é o essencial! Mas se quiseres vais descobrir que sou muito mais do que essas palavras que arranjas para me descrever. Sou o Deus da história de muitos, bem mais do que julgas. Sou o Deus do meu Povo, e ele não começou agora que nasceste para mim. Nem tão pouco com Jesus. Jesus foi o ponto máximo de um caminho muito longo, nem sempre perfeito mas muito válido…”.
Bem, para explicar melhor, voltei há pouco do fim-de-semana JR (Jovens Redentoristas). Foi um fim-de-semana de formação intensiva e intensa sobre o Antigo Testamento.
Eu já tinha arrumado há muito com o Antigo Testamento. Era um problema com o qual eu não me defrontava, pura e simplesmente, porque achava-o muito imperfeito. Imperfeito e complicado, diga-se de passagem. Deixemo-nos de tretas, ler e perceber um texto com mais de 3000 anos não é fácil. Mas dificuldades à parte, eu achava que tudo o que estava antes de Jesus não interessava para a minha vida. Sem uma referência, os homens procuravam um Deus que na verdade não conheciam, e que por isso faziam à sua imagem e semelhança. Tudo bem que tinha muita simbologia, tudo bem que não era para levar à letra, mas tudo tem limites! Eu lembro-me bem de ler aquela passagem no capítulo 22 dos Génesis, em que Deus diz a Abraão que ofereça o seu filho em sacrifício para o tentar… na altura fiquei escandalizada! Então um Deus-Relação pede a um pai que mate o filho em Seu nome? Em nome do Amor?
Aquilo mexeu muito comigo. E ontem um rapaz sábio (AH AH, que graça, Inês) de nome Gustavo explicou-me melhor essa passagem e fiquei mais descansada. Mas continuando. Essa passagem e outras faziam-me muita confusão. Poucas vezes reconheci no Antigo Testamento o Deus de Jesus, a não ser em alguns profetas, que eu via como uns grandes OVNIS.
E portanto Jesus era o inesperado dos inesperados, que veio mudar tudo, ao ponto de mostrar que o Deus Antigo, o dos sacrifícios e dos castigos, não existia.
Alerta salgalhada!
Isso. Era uma verdadeira salgalhada na minha cabeça. Ou melhor ainda, era tudo demasiado arrumadinho. Antigo Testamento, arruma! Séculos tardios, arruma! Viva Jesus e as comunidades cristãs!
E era uma festa.
Bem. Neste fim-de-semana senti outra vez aquilo de me abanarem a cabecinha com vigor, eu andar para aqui aos trambolhões e aterrar numa Boa Notícia maravilhosa: a de que Deus é MUITO fiel. E apesar de o experimentarmos há uns quantos milénios, não é velho. A palavra pode gastar-se, mas a Palavra é SEMPRE nova. O Deus da Aliança, da libertação de um povo de escravos, é o mesmo de Jesus, não é diferente! Porque – surpreendentemente – eles já o experimentavam assim, libertador, paternal, ternurento… desde que Ele começou a acontecer nas suas vidas.
E isso não tira importância a Jesus. Pelo contrário. Ele torna-se ainda mais humano! O que Ele era, foi resultado de algo que Ele descobriu através da sua educação, do seu crescimento. Não foi algo que inventou. Mas cresceu como ninguém, e chegou até onde ninguém tinha chegado. Ao ponto de viver sem ir na onda da serpente, do pecado. O que Ele ensinou, não o inventou. Mas sem dúvida que o re-inventou. Porque o viveu, e de falar a viver vai um enormesco passo.
Não é bonito isto? Um miúdo que nasceu, cresceu, aprendeu como os outros miúdos todos que existia um Deus que era profundamente libertador e absolutamente fiel, e que se apaixonou a tal ponto por esse Deus ao ponto de lhe chamar Abbá, Papá. Que se sentiu eleito por este Deus e que o quis levar a todos! À Humanidade inteira! E que experimentou na pele que os rejeitados, os encurvados, os mal-queridos da sociedade eram os que se abriam mais facilmente ao Deus-Doação que ele anunciava! Que os que se diziam “de Deus” eram os que se fechavam mais facilmente àquela grande aventura que tanto o apaixonava.
Caraças, não sejamos panisgas. Não é bonito, é ESPECTACULAR!
Eu fiquei de-li-ci-a-da.
“Jesus era um homem normal! Aposto que fazia xixi nos arbustos e que a mãe o chateava porque ele fazia asneiras de vez em quando.”
Caraças, era normal! E fazia xixi, sim! Vamos celebrar o facto de ele fazer xixi?
Bem, isso já é demasiado estúpido.
Mas deixem-me só acabar, eu juro que também sei não ser parva de vez em quando.
“Às vezes esquecemo-nos que, quando dizemos mal do tal ‘Deus do Antigo Testamento’, estamos a dizer mal do Deus de Jesus!”
Esta frase, que li antes de o encontro começar, deixou-me os olhos em bico. “Mas quê?! Não é diferente?!”
E pronto. Percebi. Percebi, e estou FELIZ!
Acho que o posso dizer antes assim:
YYYUUUUUUPPPPPPPPPPPPPPPPPPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
‘Tão a entender?
Exacto, é isso.
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Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão
Se fecharem uns quantos caminhos, mil trilhos nascerão
Muito tempo não dura a verdade
Nestas margens estreitas demais
Deus criou o infinito para a vida ser sempre mais.
2 comentários:
;)
Obrigado por ti, Inesita :)
Muito boa partilha, Inês!Para mim,tudo ganha outro sabor e profundidade quando tem uma história, e com Jesus e o NT é assim! Um grande abraço, fica bem!
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