fevereiro 13, 2009

Esforçar ou não esforçar, eis a questão!



Há uma coisa que me fascina no desporto.
Eu falo por mim. Quando vou correr, andar de bicicleta, nadar and so on, vou sempre com uma pica do camandro. Bem, há vezes em que a preguiça se impõe… ok, é quase sempre. Mas eu venço-a! Quando ela vem, penso: “Anda, Inês, isto vai-te fazer bem. Levanta-te.”
Pego na bicicleta, ou pego só mesmo em mim, saio porta fora e começo o exercício. No início, ainda estou: “Ai que eu sou tão saudável. Isto faz mesmo bem”. Mas passado um bocado, quando o cansaço começa a invadir-me, quando vem o suor, a respiração ofegante, as dores de pernas, de tal forma que parece que têm 50 quilos cada uma, o entusiasmo vai-se e eu penso: “Fogo, porque é que eu me meto nisto? Estava tão bem na minha caminha… Vou parar. Não, não vou, assim não valeu nada o esforço. Anda, Inês, tu consegues. Mais um bocadinho. Não! Mas eu tenho que respirar! Se calhar um bocadinho de água”.
Mas o tempo vai passando, vou conseguindo não parar e chega a uma altura em que já ganhei ritmo, e nem dou pelas dores.
No fim do treino (depois de um bocadinho na treta com o Ricardo, diga-se!), tomo banho, e quando saio pareço outra. Como se me tivessem tirado metade do meu peso. Sinto-me leve, fresca, com vontade de enfrentar o mundo e fazer por ser feliz.
E há algo nisto muito parecido com o Reino de Deus, tenho reparado. Ou pelo menos, com a nossa acção enquanto participantes no Reino de Deus. Primeiro, é lixado sair do nosso cantinho. Ficamos sempre no “E se eu ficasse? E se eu não fizesse? Estou tão bem aqui, e ninguém me obriga a mexer… Posso ficar assim…”. Mas depois… depois vem a vontade de sermos pessoas, de nos realizarmos, de sentirmos a vida a mexer dentro de nós. E vamos. E agimos. “Ai eu agi, fiz mesmo bem! Muito bem, Inês, é assim que se é feliz!”. Mas depois vêm as dificuldades. O perceber que o mundo não é cor-de-rosa, que ainda há muito a fazer. Demasiado a fazer.
Pois… quando vem o “demasiado” é que é mau. Sentimo-nos tão pequeninos… “Para que é que isto serve? Para quê? Estou a mudar alguma coisa? Eu mexo-me e o mundo fica igual…”. É o cansaço a roer-nos a vontade e o peso das pernas a fazer-se sentir. “Paro? É só um bocadinho, para descansar… depois eu continuo”.
Mas…
“Mas não paro nada! Se paro nunca mais me mexo outra vez. Vá, anda Inês. Não consegues fazer tudo, mas consegues fazer alguma coisa. Alguma coisa há-de estar nas tuas mãos.”
E continuo. E vou, e não paro. Até que lhe apanho o ritmo, e percebo que afinal não é assim tão mau. Eu consigo aguentar.
Depois, vem o banho. E vêm os resultados, e os sorrisos, e a sensação de que valeu a pena. Vem a leveza, a frescura, a vontade de enfrentar tudo outra vez.
E na manhã seguinte, de volta ao exercício. A cama está boa… mas o banho há-de ser muito melhor.

5 comentários:

Anawîm disse...

E é tão bom, quando lhe apanhamos o "ritmo"...

Agradeço-te por ti

um abraço grande para ti

Anônimo disse...

LOOL
Tens razão ! Mais uma vez... É um esforço recompensado !
No que toca ao exercício, como te compreendo... A religião é que pronts, tenho que melhorar esse aspecto da minha vida :)

António Valério,sj disse...

É mesmo! Também quando vou começar a fazer desporto, vem sempre umapreguiça qd penso no cansaço. Só me arrependi de não fazer, quando faço, é uma recompensa enorme, nem que seja só por ter vencido a preguiça. E a ligação que fazes com o Reino de Deus é mesmo bem vista, nunca tinha pensado assim... beijinho e bom fim de semana!

Anônimo disse...

ola Inês!Como eu te compreendo!Ás vezes tambem me dá preguiça de ler os teus posts mas leio-os sempre porque depois de os ler sinto-me outro!bjs e obrigado

Inês disse...

AH AH AH

ó sérgio, nunca tinha pensado por esse ponto de vista! mas ainda bem que se aplica ;)

obrigada e bem vindo!