julho 09, 2009

Festa do Sim

Estava aqui a pensar que amanha vou fazer o Crisma (amanhã, sábado, que hoje já é sexta, apesar dos horários todos trocados deste meu querido espaço).

Quando penso em Crisma, vem-me automaticamente à cabeça o nome que os meus caros amigos catequistas do 3º (agora 4º) ano da catequese da Maia lhe deram. "Festa do Sim".

Nós, porque temos a mania das coisas complicadas, gostamos de dar nomes caros às coisas caras. Ainda que não os compreendamos. As crianças não. As crianças gostam de saber, de perceber. Fala-se a uma criança do Crisma e ela fica com cara de ponto de interrogação, mesmo à espera que o ponhas por miúdos...

Eu não quero receber o sacramento do Crisma. Eu quero fazer a Festa do Sim. Para mim, isto não é algo que se receba de um D. Bispo, é algo que eu grito com o coração: "Eu sou amada".

Eu sou amada. É isto que quero festejar. É esta festa que quero que se faça cá dentro, e quero que o meu Papá, aquele que é só meu e só teu, mas hoje só meu, a abrace.

É um sim que está aqui, bem cravado no coração, e que se quer soltar. É um "sim, estou aqui" que muda tudo porque me faz feliz.

Não é a festa do "O que vou vestir? Saltos altos estão bem ou devo ser mais discreta? Sapato raso? Camisa clássica? Como é que tu vais? Será que me vou sentir mal? Tu, de gravata? Sapato de vela? Vais de vestido ou sou a única?".

Não. Não é essa festa. Não é a festa dos envelopes com um mimo em forma de euro dos amigos dos tios dos avós. Não é a festa das pagelas com poses castas e puras. Ajoelhado e de mãos juntas de preferência!

Não. Não é essa festa. Não é a festa das fotografias combinadas com o padrinho e a madrinha e a sogra e o sogro, todos do mesmo lado que é para não haver cá coisas.

Não. É a festa do meu sim, com os meus padrinhos que são muitos e não cabem no papel. Mas são-no, porque me ajudam, dia após dia, a dizer Sim.

É uma ajuda calada, discreta? É sim senhor. É uma ajuda de amigo, de companheiro que também caminha para o lado errado de vez em quando? É sim senhor. Mas assim é bem melhor.

Vou dizer sim. Vão me pôr uns óleos na testa também, mas bom é saber o seu significado.

O Homem Velho já lá vai, e o Homem Novo tem aqui lugar cativo.

Um comentário:

Ana Ascensão disse...

Ter a certeza de que é por aqui! ;)

Que privilégio poder dize-lo ao Teu lado! :D