agosto 31, 2009

Histórias...

Há uns dias, dizia o meu primo Rafael: “Isto é da avó? Boa, então é de todos!”. E esta é a afirmação que melhor caracteriza os meus avós.

Vão fazer 50 anos de casados. E são as pessoas que mais admiro na vida. Se me perguntarem qual é o meu objectivo na vida, eu digo com toda a verdade: quero ser como os meus avós. Não é que sejam perfeitos; têm um ou outro defeito que nem se nota muito bem no quadro. Mas são do mais humano que conheço.

O meu avô é um homem orgulhoso da família. Diz sempre que os filhos e os netos são “uma categoria”, e que não há melhores! Está sempre pronto para mais um Sim. Antes, era o nosso motorista privado. Agora, que vamos arranjando formas de não o chatear, continua a sê-lo para os dois pequenitos. Mas pagou a carta a cada neto, “a ver se depois são vocês que me dão boleia!”.

É o cozinheiro da casa. Assa frango, faz um cozido à portuguesa bem janota e um arroz de cabidela que faz o meu irmão lamber os beiços. E quando leva o tacho à mesa, já sabemos as perguntas de sempre: “Serve, filha? Gostas? Está comível? Olha que se quiseres frita-se uns rissóis num instante!”. E depois o remate: “Olha, Deus lhe ponha a virtude que eu cá por mim… fiz o que pude!”.

Abre a porta da casa ao mundo todo. “Posso levar uma amiga para almoçar, avô?” “Pooooodes! Oh filha, claro! Se não chegar, grelha-se um hambúrguer.”

Fala da minha avó com a ternura no olhar. A quantidade de vezes que já contou por esse mundo fora o dia em que se conheceram! “A menina Orguinha estava no baile da praia a dançar com o baixote… e eu a bufar!”.

Ele tocava harmónica. E com uma arte… ainda no outro dia tocou para nós a música que tocava para ela. É como se vivesse aqueles momentos com uma intensidade cada vez maior, a cada dia que passa!

E a minha avó? É um doce. Tem arte a conversar. Acho que é das pessoas com quem mais gosto de conversar! Fala de tudo, das suas histórias (todas começadas por “Uma ocasião…”) aos temas mais actuais. Às vezes esqueço-me da idade dela, porque tem ideias mais jovens do que muitos que vejo por aí.

É médica. A primeira oftalmologista mulher do Porto! E que oftalmologista! Os clientes que conheço, não põem queixas. “É tão simpática, a Dra. Olga…”, e por aí fora.

Frase mais famosa: “Qual é a coisa mais linda que há no Mundo? É a minha Nesita, pois claro! E os outros? Também são!”.

Os dois juntos, são um doce. Continuam apaixonados um pelo outro, e pela família que juntos geraram. O meu avô disse-me, e eu à socapa gravei, “O que eu desejo para ti é que quando fores grande sejas tão feliz como eu sou”. A minha avó, numa letra que escreveu há uns anos para o “Círculo Verde”, grupo onde cantaram os meus pais, a minha tia e uns amigos (amigos esses pais de grandes amigos meus!), dizia: “As flores são belas! Lindas caravelas no mar da vida!”.

E quem os conhece, sabe que da semente que são não poderiam germinar outras flores. As flores são belas… mas a semente é ainda melhor!


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Faixa 10 -


Da Felicidade a Construção

Letra: Olga Santos

Música: Jorge Sousa


Dois caminhos cruzados

Os caminheiros parados

Que resolverão? (BIS)


Seguir paralelos

Ganhar bons elos

P’ra futura união (Bis)

União...


O amor os uniu

A união floriu

As flores são belas (BIS)

Lindas caravelas no mar da vida (BIS)


As flores são belas (BIS)

Mão na mão

Juntos continuam

Mão na mão

Da felicidade a construção (BIS)


Mão na mão…

Um comentário:

Anônimo disse...

21 de março dia mundial da poesia! É hoje e a poesia é esta! Zé Carlos