Tirei dois livros pesados da estante: Atlas da América Latina e Atlas do Mundo. Abri cada um deles na página que se referia à Colômbia.
Estava a dar uma vista de olhos, e ele passou. “Precisas de ajuda?”.
Ele trabalha na biblioteca e já me ajudou uma vez com um trabalho de História. É um homem muito culto, tem sempre uma resposta na ponta da língua. É prestável como ninguém, e perspicaz como poucos. Fala muito dos filhos e dá-me os mesmos conselhos que lhes dá a eles.
Pedi: “Se me conseguir arranjar informação interessante sobre a Colômbia e as suas relações com a Venezuela, o Brasil, etc., ficava-lhe agradecida…”.
Ficou algum tempo a conversar comigo. Disse-me para ter cuidado com os temas que escolho para os trabalhos, para verificar sempre o material que arranjo para trabalhar. Que ele ajuda sempre no que puder, mas que nesta altura tenho que fazer caminho sozinha. Saí de lá com uma lista de sítios onde procurar informação.
Antes de sair, disse-me:
“Estás cansada, não estás? Nota-se que sim. Noto que estás desmotivada porque anda tudo a mil à hora e não estás a conseguir organizar-te. Não podes perder tempo! Tens aparentemente pouca coisa para fazer, mas tens que começar já, porque isso é só a aparência. Não deixes acumular, e pede ajuda sempre que quiseres. ”
Ele é só o homem da biblioteca. E conseguiu perceber-me melhor do que eu mesma.
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