O que é uma vida de universitária?
Eu antes achava que era faltar quando me apetecesse, porque não vinham aquelas cartinhas irritantes para casa a dizer que tinha uma falta a Sociologia no dia tal, que faziam o meu pai vir ao meu quarto qual pai-de-miúdo-delinquente: "Inês, andas a faltar às aulas?". "Não, pai, foi naquele dia em que o autocarro passou às 8h09 em vez de às 8h10". "Ah, 'tá bem. Mas vê lá, que não gosto que faltes às aulas".
Afinal não é bem isso. É estar dentro de uma sala sufocante sem janelas a ter algo chamado "Metodologias da Investigação" que nunca ninguém descobriu para que serve realmente; é ter quatro horas de Economia para chegar ao fim e perceber que as Empresas produzem e as famílias consomem; é ter uma disciplina chamada Teorias da Comunicação Social e achar muito ingenuamente que as tais teorias dizem todas a mesma coisa; é tentar arranjar um buraquinho no horário para pesquisar um artigo científico qualquer num computador da biblioteca que nem sabemos onde é.
E é ficar até às 8 num café de Cedofeita a cortar fitas azuis e a comer um croissant que custou 50 cêntimos. É procurar cadernos e botões azuis em todas as lojas da rua. É comer na cantina e virar um copo de água que cheira a sumo, parece sumo mas não é sumo por cima do tabuleiro. É usar uma t-shirt suja mas que vai entranhando histórias. É sujar o rabo e as unhas de terra molhada. É dar as mãos suadas e negras ao do lado que ainda ontem não conhecíamos. É sonhar ter uma capa colorida que não dá jeito nenhum mas é grátis e é gira. É saber as linhas de metro e de autocarro de cor e mesmo assim não demorar menos de uma hora a chegar. É chegar à porta daquele velho prédio amarelo e reconhecer caras e sorrisos. Como se fossem nossos desde sempre.
Vida de universitária até é boa. Porque se fosse fácil... não era vida.
Eu antes achava que era faltar quando me apetecesse, porque não vinham aquelas cartinhas irritantes para casa a dizer que tinha uma falta a Sociologia no dia tal, que faziam o meu pai vir ao meu quarto qual pai-de-miúdo-delinquente: "Inês, andas a faltar às aulas?". "Não, pai, foi naquele dia em que o autocarro passou às 8h09 em vez de às 8h10". "Ah, 'tá bem. Mas vê lá, que não gosto que faltes às aulas".
Afinal não é bem isso. É estar dentro de uma sala sufocante sem janelas a ter algo chamado "Metodologias da Investigação" que nunca ninguém descobriu para que serve realmente; é ter quatro horas de Economia para chegar ao fim e perceber que as Empresas produzem e as famílias consomem; é ter uma disciplina chamada Teorias da Comunicação Social e achar muito ingenuamente que as tais teorias dizem todas a mesma coisa; é tentar arranjar um buraquinho no horário para pesquisar um artigo científico qualquer num computador da biblioteca que nem sabemos onde é.
E é ficar até às 8 num café de Cedofeita a cortar fitas azuis e a comer um croissant que custou 50 cêntimos. É procurar cadernos e botões azuis em todas as lojas da rua. É comer na cantina e virar um copo de água que cheira a sumo, parece sumo mas não é sumo por cima do tabuleiro. É usar uma t-shirt suja mas que vai entranhando histórias. É sujar o rabo e as unhas de terra molhada. É dar as mãos suadas e negras ao do lado que ainda ontem não conhecíamos. É sonhar ter uma capa colorida que não dá jeito nenhum mas é grátis e é gira. É saber as linhas de metro e de autocarro de cor e mesmo assim não demorar menos de uma hora a chegar. É chegar à porta daquele velho prédio amarelo e reconhecer caras e sorrisos. Como se fossem nossos desde sempre.
Vida de universitária até é boa. Porque se fosse fácil... não era vida.
3 comentários:
Não tinha percebido que estás na universidade! Parabéns e muitas felicidades! A mudança para a Universidade tem estas coisas estranhas, mas é uma fase espectacular! Aproveita-a bem. beijinhos
Aqui só não há croissant's por 50 cêntimos... pronto e as minhas cadeiras têm uns nomes diferentes... mas a vida é igual.
Aproveita! Vive!
Bjinhos
Vive. É mesmo isso.
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