abril 04, 2010

Páscoa 2010 - Beringel (hoje ainda não há fotos. Anaaaaaa.....)

Começa a ser um cliché dizer que a minha Semana Santa foi espectacular. Disse-o aqui e aqui, e hoje vou voltar a dizer. Mas por muitas vezes que o diga, elas não vão chegar a tocar um ínfimo do que esses dias foram em mim.

Ando um bocado chateada com as palavras, porque sinto que já não me respondem como costumavam responder. Mas hoje obriguei-me a sentar ao computador, porque muitas vozes me disseram esta tarde que o devia fazer. Quando somos dom para os outros, para quê deitarmo-nos a perder?

Esta Semana Santa foi espectacular. Foi. Foi diferente da primeira e da segunda, não para melhor nem para melhor; não gosto de fazer comparações. Foi infinitamente boa, e o difícil vai ser continuar a viver daquela maneira daqui para a frente. Aliás, como sempre.

É o mau das boas experiências: acabam, e o choque entre o bom e o simplesmente normal dói muito. Eu não quero dias normais, quero dias como os que tive esta semana. E sei que não os vou ter. Pior, sei que, para ter um cheirinho deles, vou ter que lutar que nem uma maluca. E lutar é difícil.

Bem. Mais uma vez aconteceu Páscoa em nós. Parece que os ares Alentejanos fazem destas coisas, e levam tudo o que nos prende. Parece que aqueles campos têm o dom de nos Ressuscitar! Ou que nos Ressuscitamos uns aos outros! Depende da perspectiva.

Beringel, Albernoa cheiram muito a Amor, a Dádiva, sobretudo a Amizade. Os laços parecem ficar mais fortes à medida que os minutos passam. Sim, minutos, porque lá vive-se tudo ao máximo. Não há horários e compromissos para nos distrair, ou pelo menos daqueles involuntários. Os compromissos que temos são aqueles que queremos tomar… porque sim. Porque queremos, porque faz sentido, porque nos vão fazer crescer. E esses são compromissos a sério, que não descuidamos, sobretudo porque são nossos.

É impressionante como nos conhecemos por dentro.

É que amigos há muitos, companheiros há muitos, mas só alguns conhecem o nosso mais verdadeiro eu, aquele que não tem máscaras em cima, ou medos, ou inseguranças. Só alguns sabem olhar os nossos olhos e dizer em poucas palavras aquilo que lutamos todos os dias por ser. E só alguns conseguem pôr uma pessoa quase feliz por ter uma gastroenterite das feias, com tanto carinho e preocupação. Mas isso há-de ser tema para outro texto (ou não).

Deus esteve lá. Às vezes quase se denunciava demasiado, e não é costume dele! Sempre tão caladinho, tão discreto… ali, montou a tenda de uma maneira tão descarada que quase apetecia pedir para chegar para lá, que não estava a dar espaço para dormirmos!

Esteve, manifestou-se, e não pediu autorização. Se havia cancelas minimamente fechadas, escancararam-se todas, porque não passou de mansinho. O Amor aconteceu. Como acontece sempre que deixamos que aconteça (pena que não seja mais vezes). Vivo e inquietante.

O que é que se faz nestas situações? Às vezes acho que devia haver um curso qualquer intitulado “O que fazer com o que Deus nos dá”, porque ia ser útil a muita gente. Eu cá cantei e toquei guitarra feita maluca. Dei uns berros pelo meio (parece que até foi engraçado de tão parvo). Também dei beijinhos e abraços, e distribuí agradecimentos. Mas ainda acho que não chegou.

O que é que se faz nestas situações?

Eu não sei. Talvez se façam compromissos.

E apesar de os compromissos serem, por si mesmos, complicados, gosto deles. Porque dão-me uma razão válida para viver. Difícil, mas que vale a pena.

Jesus ressuscitou. Aleluia!

Isto para mim é uma notícia tremenda, daquelas que me tiram do buraco em que estou enfiada para começar a escalar montanhas. Se para ti não for, não te preocupes: simplesmente acredita. Não necessariamente em Jesus! Acredita nas estrelas, no tarot, nos teus amigos, no teu próprio eu. No Amor.

Acredita no que precisares de acreditar, ou no que conseguires acreditar. Mas acredita. Põe toda a tua força nisso, e luta. Por algo maior, mais perfeito, por uma dimensão que nem eu imagino. Mas luta, e dá-te.

Asseguro-te. Se pelo meio houver gente de coração forte, uma boa dose de amizade e um bocadinho de loucura, és feliz.

(Eu sou!)

4 comentários:

lilokas* disse...

Acredito em ti. (gostei*)

sérgio disse...

Olá Inês!
Beringel desde há dois anos vem assim descrita nos roteiros turisticos:
BERINGEL TERRA DE CORAÇÕES ENORMES E AGRADECIDOS!
VISITE-NOS AO MENOS NA PASCOA!!
Bjs

mila disse...

Adorei ler-te!...
Um beijinho grande!

figlo disse...

Inês, falas-me de um Alentejo feito de lonjura, coração e loucura...capaz de querer abarcar o mundo e o amor...num horizonte sem limite...Deus gosta desses horizontes largos e de corações sem paredes, abertos à universalidade e ao desassossego da Sua presença ...Em Trás-os-Montes também a Primavera cheirou e soube este ano a R-E-S-S-U-R-R-E-I-Ç-Ã-O! Glória