abril 14, 2012

Enquanto o mundo for mundo

Ainda que saiba o quão redutoras as palavras podem ser, nunca vou parar de tentar cantar o que sinto.

Talvez opte por descrever a tua minúcia a cortar bacon aos cubinhos, como se de uma operação delicada se tratasse. Ou as noites debaixo da manta a ver meios filmes e séries de canais femininos. Ou talvez as manhãs em frente ao computador a tratar das obrigações que a vida nos impõe, mas com boa música a preencher o lado esquerdo do peito, e com a tua alegria a sair na sua dança natural.

Poderia escolher uma dúzia de banalidades. Talvez a tua naturalidade a mostrares o que te vai no coração, e os meus escudos a destruírem-se lentamente, um por um. Ou os meus insultos, que aceitas sempre com um sorriso e um abraço pronto.

Mas também poderia escolher descrever como és verdadeiro perante a vida e aqueles que te rodeiam. Ou como não consegues deixar de te preocupar com os teus e dedicar-te simplesmente ao teu umbigo. Como me deixas fazer parte da tua história, sem nenhuma tentativa de esconder que tens um passado que não é para ser apagado.

Poderia tentar descrever a alegria que instalaste no meu coração desde que lá entraste, ou como me deixa feliz perceber que a pouco e pouco me vais deixando entrar, e ficar.

Mas tenho a certeza que não conseguiria, porque nenhum dicionário tem palavras suficientes para o descrever. Fico-me pela música, pelo abraço e pela certeza de que enquanto o mundo for mundo, nós havemos de ser nós.

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