“Porque é que as pessoas têm que ser tão complicadas?”, perguntamos entre dois golos da meia de leite a ferver do café Nautilus. Nenhuma de nós sabe a resposta, mas não encontramos nenhum entrave a pôr a questão. Ou não fosse esse o nosso quotidiano: questionar.
A meia de leite está realmente quente. Acho que é uma pequena vingança da senhora brasileira simpática que pergunta sempre “quente ou morninha”?
Não gostamos de coisas mornas. Ou é para queimar ou mais vale ir à máquina tirar um pseudo-cappuccino que custa 40 cêntimos. Mas vinquemos o “pseudo”. Chamar cappuccino àquilo deve fazer o velho e verdadeiro cappuccino dar voltas na campa – ou neste caso, na barriga dos afortunados italianos.
Não gostamos de coisas mornas. Talvez seja esta a verdadeira herança que Roma nos deixou: sabemos exatamente a importância de nos atirarmos de cabeça e de pegarmos a vida pelos cornos (se é que a vida tem uns). Sentimos exatamente a mesma necessidade de não estar com meias medidas – ainda que as medidas completas nos levem, às vezes, a um estado de deprimência preocupante, só atenuável com umas pausas para lanche bem esticadas.
Conversamos sobre a estupidez da humanidade, que deixou de saber ser criança. Sobre a decadência do verdadeiro jornalismo e da máxima “dar palha aos burros” imperar sempre. De o dinheiro se sobrepor à verdade.
Concluímos que sonhamos com um mundo muito parecido. Um mundo hipotético onde as pessoas arriscam, em vez de ficarem sentadas a supor se vale ou não o esforço. Um mundo onde gostar é suficiente – o resto vai-se construindo com paciência e dedicação.
No nosso mundo extremamente utópico, o Justin Bieber não está à frente das decisões da Organização das Nações Unidas em valor informativo. Mulheres semi-nuas não estão à frente da cultura ou dos direitos humanos.
Tentamos traçar um plano de ataque para implementar o nosso mundo neste mundo podre, minado com egos do tamanho do mundo que esmagam os outros mais pequenos. Acreditamos que tudo é possível e que não vamos deixar-nos levar pelo mundo “verdadeiro”, porque o nosso mundo “utópico” vale muito mais a pena.
Enquanto ele não está implementado, vamos levando umas estaladas e oferecendo a outra face para levar mais umas quantas. Afinal, dói muito mais esconder a cara.
A meia de leite está realmente quente. Acho que é uma pequena vingança da senhora brasileira simpática que pergunta sempre “quente ou morninha”?
Não gostamos de coisas mornas. Ou é para queimar ou mais vale ir à máquina tirar um pseudo-cappuccino que custa 40 cêntimos. Mas vinquemos o “pseudo”. Chamar cappuccino àquilo deve fazer o velho e verdadeiro cappuccino dar voltas na campa – ou neste caso, na barriga dos afortunados italianos.
Não gostamos de coisas mornas. Talvez seja esta a verdadeira herança que Roma nos deixou: sabemos exatamente a importância de nos atirarmos de cabeça e de pegarmos a vida pelos cornos (se é que a vida tem uns). Sentimos exatamente a mesma necessidade de não estar com meias medidas – ainda que as medidas completas nos levem, às vezes, a um estado de deprimência preocupante, só atenuável com umas pausas para lanche bem esticadas.
Conversamos sobre a estupidez da humanidade, que deixou de saber ser criança. Sobre a decadência do verdadeiro jornalismo e da máxima “dar palha aos burros” imperar sempre. De o dinheiro se sobrepor à verdade.
Concluímos que sonhamos com um mundo muito parecido. Um mundo hipotético onde as pessoas arriscam, em vez de ficarem sentadas a supor se vale ou não o esforço. Um mundo onde gostar é suficiente – o resto vai-se construindo com paciência e dedicação.
No nosso mundo extremamente utópico, o Justin Bieber não está à frente das decisões da Organização das Nações Unidas em valor informativo. Mulheres semi-nuas não estão à frente da cultura ou dos direitos humanos.
Tentamos traçar um plano de ataque para implementar o nosso mundo neste mundo podre, minado com egos do tamanho do mundo que esmagam os outros mais pequenos. Acreditamos que tudo é possível e que não vamos deixar-nos levar pelo mundo “verdadeiro”, porque o nosso mundo “utópico” vale muito mais a pena.
Enquanto ele não está implementado, vamos levando umas estaladas e oferecendo a outra face para levar mais umas quantas. Afinal, dói muito mais esconder a cara.
5 comentários:
"Um mundo onde gostar é suficiente – o resto vai-se construindo com paciência e dedicação" (...) "Afinal, dói muito mais esconder a cara".
Gostar há-de ser suficiente.
Engronhar, que nem conchinha, pelo menos até às 7h da manhã. Arranja-se?
Hmm vamos ver o que se arranja....
Isso pergunta-se?
Se tu soubesses como gosto de te ler... :)
Se tu soubesses como gosto de te ler... :)
Postar um comentário