Não imaginam o quanto eu já pensei neste assunto. Esta semana não tenho pensado noutra coisa, só não pude pôr por escrito porque não tive mesmo tempo.
Sim, vou falar outra vez da catequese. Mas desta vez de um modo um pouco diferente. Tinha falado antes na deturpação da imagem de Deus ao longo dos tempos num ídolo que não nos muda minimamente, um ídolo criado pelo Homem à sua própria imagem e semelhança, um ídolo cheio de limitações e com uma lógica de tudo menos de amor. Aqui falei disso.
Hoje… bem, hoje é um bocadinho diferente. A catequese que tive no sábado passado também mexeu comigo, não porque me fez questionar aquilo em que acredito mas PORQUE é que acredito.
E não há pergunta mais difícil do que esta para se pôr a um “crente”, porque é que acredita. Porque é que tem fé. A verdade é que quando estas duas perguntas foram postas à nossa frente, ninguém conseguiu dar uma resposta concreta.
Falámos das várias religiões que existem por esse mundo fora, falámos dos Muçulmanos, dos Hindus, dos Budistas, etc. Falámos de catástrofes naturais, de acidentes de viação, de crimes horríveis cometidos pelas pessoas de hoje. Falámos da fome, das guerras, da pobreza. Foi-nos questionado outra vez, porque é que acreditas, porque é que tens fé? Porque é que és Católico e não Muçulmano? Porque raio é que não acreditas antes no Egungun ou no Candomblé, que até são capazes de ser mais giros (eu não sei assim tanto de Religião, só fui à net ver para parecer muito culta)?
Ficámos meios aparvalhados. Foi-nos proposto então que pensássemos nisso durante a semana. E eu pensei. Aliás, acho que não era preciso que propusessem, eu ia pensar de certeza. Como é que não havia de pensar? Esteve ali em causa tudo aquilo em que acredito!
Bem, e aqui vão as minhas conclusões… em relação às coisas horríveis que se passam pelo mundo fora, e respondi isso logo na altura, as pessoas andam um bocado enganadas. Pensam em Deus como um todo-poderoso que pode MESMO tudo, até mesmo evitar aquilo que é o Homem que provoca com as suas acções. Pensam em Deus como o ser espectacular que move ventos e tempestades, furacões e tsunamis para castigar o Homem das asneiras que comete. Mas estão errados, totalmente errados! Porque Deus, sendo amor, é todo-poderoso, sim! Mas pode tudo o que diz respeito ao AMOR. Como é que podemos atirar-lhe as culpas de tais coisas? Talvez porque é mais fácil culpar Deus do que culparmo-nos a nós próprios, porque temos medo da mudança. Mudar é difícil demais, atirar as culpas para todos-poderosos é mais fácil e prático.
Quanto às outras religiões… Respeito-as. Respeito mesmo, porque se ainda existem é porque têm algum valor. Sei perfeitamente que se tivesse nascido na Arábia Saudita não estaria aqui a defender os cristãos. Acharia que Alá é que era bom, e que o Deus dos Cristãos não servia para mim. Porque isso tem muito a ver com a história e a cultura em que estamos inseridos!
Tudo bem, eu estou inserida numa cultura ocidental, em que a maioria da população tem ligações, nem que indirectas, à Igreja Católica. Mas eu bem podia dar um grande pontapé no rabo à missinha e à catequese e não ligar puto para isso. Sim, porque tenho essa possibilidade, os meus pais não me obrigam a estar nestas andanças. Mas optei por não dar o tal pontapé, e dei a um tal de Jesus uma oportunidadezinha de mudar a minha vida.
E estive com este paleio todo até agora e ainda não falei do objectivo deste texto. Porque é que acredito em Deus?
Sei que pode parecer estranho para muitos, mas porque isso me faz feliz. Pura e simplesmente. Já disse isto várias vezes, mas ainda não chega. Deus faz-me feliz. Viver ao jeito dele faz-me feliz. A forma de vida que Jesus me mostra faz-me feliz. E por isso não quero abdicar dessa felicidade.
A maneira como o seu amor me transforma, me recria por dentro quando estou disponível é tão libertadora! Não imaginam como me sinto bem quando estou num grupo em profundo silêncio, um silêncio tudo menos incomodativo, a deixar que Ele me fale e me transforme! Não imaginam como é bom parar de vez em quando, deixar a correria da escola, dos testes, e tentar falar um bocado com ele. Não imaginam como é bom ver Deus acontecer em situações normais do dia-a-dia, em coisas que à primeira vista parecem tão insignificantes.
É bom. É muito bom. Talvez seja eu a ter sorte. Talvez as outras pessoas não sintam o mesmo, porque não tiveram as mesmas experiências que eu e a mesma caminhada que eu. Talvez eu acredite porque preciso mesmo de acreditar, porque isso me dá Esperança. Uma Esperança um bocadinho diferente daquela a que estava habituada até há bem pouco tempo. Não é aquela de quem está de braços cruzados à espera que as coisas caiam do céu. É uma Esperança que me faz descruzar os braços e pôr-me a caminho!
Lá está… se tivesse nascido Muçulmana, se calhar o meu discurso era muito diferente, não sei. Se tivesse sido criada por Ateus, estaria para aqui a dizer que era um absurdo acreditar em Deus, em Alá, no Buda, etc. Estaria a dizer “eu acredito é em mim!”
Sabem que mais? Cá para mim, é tudo a mesma coisa. Ao acreditar em Deus estou necessariamente a acreditar em mim, se não o que tenho não é Fé, é fezada. Se acreditar em Alá, estou a acreditar em Deus. Talvez com características um pouco diferentes, mas isso não é para aqui chamado.
O que importa? O que importa é que isso dê algum sentido à minha vida! Eu chamo-lhe Espírito Santo, tu podes chamar-lhe “acreditar em ti próprio”! Não me interessa! Amas? Então estamos resolvidos.
5 comentários:
Que lindo!!
Ai, se eu não fosse casado com uma Inês tão linda como a que tenho, não sei ....
lol
Olá Inês! oportunamente vou dar a conhecer este teu lindo texto ao meu grupo de catequese de 10º ano.
Quanto ao Vasquinho das Couves que comentou sabes qunto mede o meu amor por ele neste momento? 7mm ah! ah! ah!
Sabes porque acredito?
Porque acredito em ti!
Adoro-te muito muito muito...
Ah! Fascino-me com o que escreves =) Adivinha-se uma proximidade enorme com Jesus, sobretudo um não ter medo e aceitar a fé como o ar que se respira! Só isso... as coisas grandes acontecem porque sim, são elas o seu motivo maior! Obrigado pelo teu entusiasmo! Ah, e outra coisa... adorei a explicação da mudança de nome do Blog =) És muito engraçada... beijinho
Muitos parabéns pelo Blog. Pela simplicidade que se revela nas palavras escritas que se vê que estão escritas no coração. Sim é verdade: Toda a força de Deus se revela na impotência do seu amor.
;),Força espero mais partilhas..
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