Apetece-me escrever, não sei bem porquê . Aliás, acho que sei… é porque o cansaço tem um estranho efeito em mim: um impulso de deixar as minhas preocupações de lado e pensar em coisas bonitas.
Não é nada raro. É precisamente quando tenho carradas de testes para fazer e trabalhos para entregar num espaço de tempo muito pequeno que sinto uma vontade enorme de escrever.
Hoje não foi excepção. Por isso, decidi partilhar convosco algo que me aconteceu no outro dia e que me fez muito bem.
Depois de uns oito meses sem tocar, sentei-me finalmente ao piano. Tinha saudades. Sempre gostei de tocar, mas a preguiça vencia sempre. Não gostava de estudar, passar horas a repetir o mesmo compasso até sair perfeito não era comigo. Gostava imenso de andar para a frente e nunca chegava a corrigir os erros, que acabavam por já fazer parte da melodia.
Por isso cansei-me. Depois de um ano ou dois a ocupar o lugar de outros que queriam realmente aprender, saí do conservatório com a promessa de que iria continuar a tocar em casa, para não perder tudo o que aprendera.
É claro, a preguiça é sempre maior. Tiro umas férias depois do exame, depois pego, pensava eu. Não cheguei a pegar. E oito meses passaram-se.
Foi na sexta-feira que me voltei a sentar naquele banquinho. Quando pus as mãos no teclado, não saiu nada. Não tinha nada na minha cabeça, e por isso os dedos não tinham ordens para obedecer.
Voltei a levantar-me. Vim até ao computador e tirei os acordes de umas músicas, daquelas cuja letra encaixa verdadeiramente na minha vida.
Regressei ao piano e comecei a tocar. Cantava ao mesmo tempo que soava cada acorde, foi um momento totalmente meu. Deu para ambientar.
Mas não era para aquilo que ali estava. Tirei as folhas da frente e fechei os olhos. Recordei. A melodia era de uma das peças que mais gostei de aprender. Pus os dedos no piano e comecei a tocar… a memória faltou. “Não faz mal.”, pensei, e procurei as partituras. Estavam exactamente no mesmo sítio em que as havia deixado antes do exame.
Coloquei-as à minha frente e recomecei. Com a partitura era muito mais fácil! Toquei uma, duas vezes, ainda com bastantes erros, a terceira já com menos. E fechei os olhos. Enquanto tocava, ia-me lembrando, compasso a compasso, de cada recomendação, de cada sugestão que o professor repetia a cada aula. De vez em quando apareciam até no papel umas marcas dessas mesmas recomendações.
A certa altura, era só eu e ela, a música. Aquele cheiro a madeira voltava a ser meu e aquele momento deixou de ter tempo, e passou a ser um sonho.
Talvez não tenha tocado nada de especial, já há oito meses não era nenhum must. Tive nota suficiente para passar o quinto grau, e chegou-me.
Mas senti-me bem como já não sentia há muito. Senti-me como se não houvesse mais nada. Naquele momento, senti-me eu própria.
Não é nada raro. É precisamente quando tenho carradas de testes para fazer e trabalhos para entregar num espaço de tempo muito pequeno que sinto uma vontade enorme de escrever.
Hoje não foi excepção. Por isso, decidi partilhar convosco algo que me aconteceu no outro dia e que me fez muito bem.
Depois de uns oito meses sem tocar, sentei-me finalmente ao piano. Tinha saudades. Sempre gostei de tocar, mas a preguiça vencia sempre. Não gostava de estudar, passar horas a repetir o mesmo compasso até sair perfeito não era comigo. Gostava imenso de andar para a frente e nunca chegava a corrigir os erros, que acabavam por já fazer parte da melodia.
Por isso cansei-me. Depois de um ano ou dois a ocupar o lugar de outros que queriam realmente aprender, saí do conservatório com a promessa de que iria continuar a tocar em casa, para não perder tudo o que aprendera.
É claro, a preguiça é sempre maior. Tiro umas férias depois do exame, depois pego, pensava eu. Não cheguei a pegar. E oito meses passaram-se.
Foi na sexta-feira que me voltei a sentar naquele banquinho. Quando pus as mãos no teclado, não saiu nada. Não tinha nada na minha cabeça, e por isso os dedos não tinham ordens para obedecer.
Voltei a levantar-me. Vim até ao computador e tirei os acordes de umas músicas, daquelas cuja letra encaixa verdadeiramente na minha vida.
Regressei ao piano e comecei a tocar. Cantava ao mesmo tempo que soava cada acorde, foi um momento totalmente meu. Deu para ambientar.
Mas não era para aquilo que ali estava. Tirei as folhas da frente e fechei os olhos. Recordei. A melodia era de uma das peças que mais gostei de aprender. Pus os dedos no piano e comecei a tocar… a memória faltou. “Não faz mal.”, pensei, e procurei as partituras. Estavam exactamente no mesmo sítio em que as havia deixado antes do exame.
Coloquei-as à minha frente e recomecei. Com a partitura era muito mais fácil! Toquei uma, duas vezes, ainda com bastantes erros, a terceira já com menos. E fechei os olhos. Enquanto tocava, ia-me lembrando, compasso a compasso, de cada recomendação, de cada sugestão que o professor repetia a cada aula. De vez em quando apareciam até no papel umas marcas dessas mesmas recomendações.
A certa altura, era só eu e ela, a música. Aquele cheiro a madeira voltava a ser meu e aquele momento deixou de ter tempo, e passou a ser um sonho.
Talvez não tenha tocado nada de especial, já há oito meses não era nenhum must. Tive nota suficiente para passar o quinto grau, e chegou-me.
Mas senti-me bem como já não sentia há muito. Senti-me como se não houvesse mais nada. Naquele momento, senti-me eu própria.
2 comentários:
Tenho saudades de me sentar no sofá ao pé de ti, como quando te ia fazer visitas "surpresa" e estavas a tocar e eu entrava sem dizer nada e tu paravas imediatamente de tocar... eu so dizia... continua!
Mesmo que nesse dia estivesse bem disposta ou acelerada, para variar, quando acabavas a musica eu ja estava num estado melancolia quase profunda. Ficava sempre a pensar nas coisas mais estranhas e irracionais, sei la... coisas passadas que nem agora me recordo, dependiam da altura, e ficava ali a olhar pela janela, durante o dia, ou para as florzinhas, se fosse de noite, ou entao simplesmente para os teus dedos a "escorregarem" e a ver.te "curtir" a tua ! Depois eu acabava por ir para a tua beira e ficavamos a cantar o Macaco Gosta de Banana ou o My Immortal até a tua mãe, o teu pai ou o teu irmao se virem queixar das minhas parvoices barulhentas.
Enfim... Tenho saudades, temos de repetir! :D
Amo.te Artista !
Assim perfeito oh Nês. E tou pa ouvir algo da senhora. Quero cantar cntg ! (:
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