dezembro 13, 2008

Miguel Torga

Foi tudo tão pontual
Que fiquei maravilhado.
Caiu neve no telhado
E juntou-se o mesmo gado
No curral.

Nem as palhas da pobreza
Faltaram na manjedoira!
Palhas babadas da toira
Que ruminava a grandeza
Do milagre pressentido.
Os bichos e a natureza
No palco já conhecido.

Mas, afinal, o cenário
Não bastou.
Fiado no calendário,
O homem nem perguntou
Se Deus era necessário…
E Deus não representou.



Voltei agora do Sarau. Foi bonito. Lá, leu-se este poema. Eu que estava em palco à espera de cantar a última música, arrepiei-me com a última frase. Olhei para o lado, e estava uma amiga que costuma passar por aqui... sorriu para mim. E eu pensei: "é bom quando nos conhecem do lado de dentro".

Sei que estás a ler... Obrigada a ti pelo sorriso. Mesmo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bem, chamem-me convencida, mas vou interpretar como sendo para mim. [ corrige-me se for necessário ]

Querida Inês, o poema é mesmo sentido e juro que fiquei sem palavras ao ler isto agora.
Sabes quando se gosta de alguém pelo seu sorriso, pelas suas ideias, pela sua paixão e pela forma como a defende ?
Eu gosto de ti por todos esses motivos. Fascina-me a tua forma de ver as coisas, tão mais além do que muita gente. Tão 'crescida'.

Eu sorri e vou sorrir sempre que algo me fizer lembrar de ti.
E não precisas de me agradecer.

Um beijinhu (:

Inês disse...

Eii! Que convencidaaaaa!

Não te vou corrigir, claro que era para ti.
Olha, e eu também gosto muito de ti, até quando estás meia 'estúpida', sabes? xD

Obrigada outra vez.


CONTRALTOS POWEEER! :D