- O meu olhar é nítido como um girassol.
- Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
3 comentários:
Isto, ('(Pensar é estar doente dos olhos)') é mesmo belo !
Gostei de estudar Fernando Pessoa.
A verdadeira é mesmo, 'Amar é saber que vamos perdoar tudo aquela metade de nós que não é nossa.'
O homem era um visionário ! *
É mesmo, lilokas...
Tão visionário que dizia que "não sabia sentir" e as palavras saíam-lhe na mesma!
Cá para mim ele sentia bem, sem saber :D
Um beijinho *
Oi Inesita!! Nem imaginas...
...Fernando Pessoa, pronto...é aquela coisa...já nem comento...!
Mas o clip do Rei Leão...no outro dia andava à procura de um video do Rei Leão I e dei com este, que nunca tinha visto...e ouvi, vi, reouvi e revi muitas vezes..tive mesmo para o publicar... ;)
...e agora...pumba...publicas tu =) =)
hehehe...
Um beijinho grande* :D
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