março 03, 2012

Elefantes na barriga

O tempo corre, e os meus pés parecem mover-se sozinhos. Mando-os abrandar, parar um pouco para pensar duas vezes antes de avançar, mas eles ignoram qualquer ordem. Tento deixar menos espaço entre cada passo, mas é inevitável: só me saem passos de gigante.

Não sei parar. Não sei o que é isto que fazes em mim – como se me puxasses constantemente para a frente. Fazes-me engolir, uma por uma, todas as minhas teorias sobre aproveitar o agora sem pensar demasiado. As teorias ficam muito bonitas no meio dos discursos, mas pô-las em prática explode com os esquemas que nos traçamos para não enfrentarmos o medo.

É aquele nó no estômago que se ata quando estamos em queda livre. Em vez de borboletas no estômago, sentimos uma manada de elefantes a marchar cá dentro. E temos a certeza que é assim que queremos estar, porque quando estabilizarmos morre uma parte de nós.

Dizes que isto não pode ser só ilusão e que o carnaval não acabou em nós. E cá dentro, os meus elefantes confiam em ti: somos reais, e enquanto o agora existir esta marcha não há-de ter fim.

2 comentários:

Catarina disse...

Oh pa, é tão brutal :') Adoro tudo <3 *
Feliz, mesmo :')

Luis Gustavo Brito Dias disse...

- que haja para você o eterno agora, então.


grande abraço.